Bernard Cournil foi um precursor, um resistente durante a invasão nazi em França e um criativo: chegou a fazer carros movidos a carvão, aprendeu a ser mecânico em várias oficinas, até que pegou num veículo militar e fez um carro indestrutível: o Cournil, alicerçado no Jeep Willys MB, mas com teto. O Cournil chega ao mercado na década de 1950, com carroçaria do Willys, mas o projeto evolui ao longo dos anos, com a introdução de um novo motor a diesel e um eixo autoblocante. Na década de 1970 a empresa entra em liquidação e é o filho, Alain Cournil, que retoma o projeto, que evolui para um modelo em que fornece o exército e os bombeiros franceses. É, então, que entra em cena a UMM – União Metalo-Mecânica, empresa portuguesa que decide lançar um novo veículo. Em Portugal, em 1977, são lançados três modelos: o Tracteur, o Randonneur e o Entrepreneur. Sobrevive este último e depois de um negócio de venda de veículos ao Exército. A UMM torna-se mais conhecida em solo a nível nacional e internacional, beneficiando da exposição que resulta da participação no mítico Paris-Dakar e cria novos modelos, entre os quais o Alter. Em 1985, a empresa deixa de produzir o UMM Cournil 4×4, mas continua a ser bem sucedida e a exportar para dezenas de países, com particular relevância para o mercado gaulês. A relevância da marca é tanta que, apesar de alguma celeuma, a 12 de maio de 1991, na visita à cidade do Funchal, o papa João Paulo II viaja a bordo de um jipe Alter especialmente adaptado, considerado muito mais fiável que o habitual “papa-móvel”. Segue-se um período de grandes dificuldades, até que a empresa entra em reestruturação em 1994. O crepúsculo da UMM dá-se com a entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia e a liberalização do mercado, que facilita a entrada de veículos de marcas mais sofisticadas. Nesta galeria fazemos um tributo à única marca de veículos portuguesa que foi bem-sucedida… até determinado ponto.